Uma delegação do PCP visitou, ontem de manhã, a 50ª edição da Feira AGRO, no Parque de Exposições em Braga. Ao mesmo tempo que valorizaram a importância que este evento continua a ter na cidade e na região, os comunistas sublinharam que há medidas ainda por tomar que defendam os pequenos e médios agricultores.
Na visita à feira, Carlos Almeida, actual vereador eleito pela CDU na Câmara Municipal de Braga, Carla Cruz, deputada do PCP na Assembleia da República, Bárbara Barros, eleita da CDU na Assembleia Municipal e Joaquim Daniel, membro do Comité Central do PCP, tiveram oportunidade de conversar com alguns dos expositores presentes e partilhar das suas principais preocupações com o sector.
Embora com o registo de algum crescimento na disponibilidade financeira por parte de alguns produtores no sector, que se traduziu, nomeadamente, na aquisição de máquinas agrícolas durante o certame, os principais problemas da agricultura familiar e da pequena agricultura persistem, bem como a falta de incentivo à produção de leite no país.
Carlos Almeida, que foi já anunciado como primeiro candidato da CDU à Câmara Municipal nas eleições autárquicas deste ano, entende ser “importante que a AGRO consiga reconquistar a dimensão que já teve”, por ser uma um evento com acrescida importância na região. Para além dos benefícios que a sua realização traz ao concelho de Braga, o vereador da CDU não deixa de parte o carácter específico deste evento, que “traduz a realidade produtiva desta região, muito marcada ainda pela agricultura familiar”, sector que merece mais investimento e protecção.
Carla Cruz, anunciada também como candidata da CDU às autárquicas, mas encabeçando a lista para a Assembleia Municipal de Braga, lamentou que se continue a insistir numa política que não salvaguarda os pequenos e médios agricultores. “A agricultura familiar é submetida a exigências e imposições que não conseguem fazer frente ao Agro-negócio, para onde são canalizados todos os fundos e esforços”.
A deputada do PCP recordou ainda o fim das quotas leiteiras, imposto pela União Europeia, que veio trazer dificuldades acrescidas aos produtores nacionais de leite, e que teve como consequência o “arruinar de centenas de pequenas produções, ao mesmo tempo que cada vez mais leite vendido nos nossos supermercados é importado”.
Os candidatos foram unânimes quanto à importância de eventos como a AGRO contribuírem para um crescente alerta para a necessidade de investimento na agricultura familiar, nomeadamente com a criação de condições para o aumento dos preços à produção nacional, a contenção das importações desnecessárias, a regulamentação e fiscalização da actividade comercial dos hipermercados, o combate à especulação no sector da agricultura e a promoção de alimentos de produção nacional.