A coligação Juntos por Braga (PSD/CDS/PPM), que em maioria governa o município de Braga, decidiu apresentar esta semana publicamente aquilo a que chamou de “Plano para a Execução do Parque das Sete Fontes”.
Na CDU não ignoramos e, como tal, não queremos deixar passar em claro que este episódio, que pouco ou nada vem acrescentar ao que era já conhecido, é inseparável, por um lado, do momento pré-eleitoral que estamos a viver e, por outro, do profundo confrangimento sentido pela maioria PSD/CDS/PPM por não ter concretizado uma das suas mais badaladas promessas eleitorais.
Ademais, não se percebe que Ricardo Rio e Miguel Bandeira venham a público falar do parque das Sete Fontes e não tenham feito uma única referência ao Plano de Pormenor de Salvaguarda, iniciado apenas como Plano de Pormenor ainda por Mesquita Machado, mas que atravessou todo o mandato de Ricardo Rio sem ver a luz do dia. Podendo dizer-se o mesmo sobre os estudos arqueológicos e hidrogeológicos, cujos resultados nunca foram apresentados.
Em suma, a coligação Juntos por Braga, sabendo que está em falta com a promessa de uma parque verde nas Sete Fontes, optou por fazer mais um número de circo, para entreter os mais distraídos, ao invés de se empenhar no que realmente importa, nomeadamente concluir e colocar em discussão pública o Plano de Pormenor de Salvaguarda e apresentar os resultados dos estudos.
De acordo com o programa de execução do PDM de 2015, a área do complexo das Setes Fontes está numa UOPG cuja execução deveria acabar em Outubro deste ano e não havia melhor maneira de o fazer do que com o plano de pormenor, sujeito a aprovação pelos diferentes órgãos municipais.
Os cidadãos de Braga, mais ainda todos os que se envolveram ao longo de vários anos na luta pela preservação do complexo das Sete Fontes, não merecem ser tratados com este desdém, merecem respeito e, acima de tudo, acções concretas que correspondam à inequívoca valorização de todo o complexo monumental das Sete Fontes, enquanto espaço verde e de usufruto público.